CHEGANDO DO HOSPITAL COM VIVI
Desde que tivemos alta, na quinta-feira da semana
passada (22/05) que ela estava bem....
Mas desde o domingo que ela vem apresentando uns tremores
que é difícil identificar.... como ela não costumava convulsionar, exceto
quando tinha pico de febre alta, nós ficamos sem saber exatamente o que seriam
esses tremores....mas já nos preparando para crises convulsivas....
Ontem a noite foi o pior dia, ou melhor, noite das nossas
vidas...ou pelo menos das atuais noites essa com certeza foi....
Ela teve várias crises...uma atrás da outra e nós ficamos
sem saber como agir...
Que difícil!
Por incrível que pareça, apesar de todos os problemas
neurológicos dela, isso foi sempre um ponto a favor, ela não convulsionava e os
médicos não sabiam explicar como isso era possível.... pois bem...tanto que
elogiamos...agora minha flor faz parte dos bebes que tem crises...
Mas o pior é você precisar de um atendimento especifico da
área e não ter....
Desde a segunda que tento marcar um neuro, sem sucesso.
Até a neuropediatra dela que é de Recife, eu mandei um
e-mail e ela me respondeu muito atenciosa, que está na Turquia participando de
um Congresso....
Nem acreditei!
Pois mesmo estando passando por um aperto financeiro, estava
disposta a fazer qualquer coisa e ir lá....mas com essa história, os planos
foram por água abaixo...
E aí continuei tentando por aqui mesmo....de todas as
maneiras e nada...tem medico que so tem vaga pra julho...e até lá????
O que vou fazer?
Ontem foi uma noite tão agradável....fui para o lançamento
de um livro “A doce Odisseia” que conta a história real de um menino que nasceu
com uma doença rara e que so encontrou a cura nos Estados Unidos....e por coincidência
os pais dele são daqui da minha cidade.... mas desde que o Artur nasceu que
eles rodaram o Brasil e depois chegaram aos EUA...onde conseguiram a cura...
Sai de lá super emocionada...e ainda tive oportunidade de
conhecer o pai autor.
Mas quando cheguei em casa a Vivi já estava começando os
tremores....e aí so foi piorando a medida que as horas foram passando....
Que noite difícil!
Hoje pela manhã ela ainda estava agitada....e a tarde piorou
bastante....corri, literalmente para o hospital...
E lá ela foi medicada com diazepan injetável depois de
9 tentativas frustrantes de tentar pegar acesso....
Ela foi se acalmando ate que voltou ao normal....
Mesmo assim tivemos que ficar no hospital em observação até
as 22h.
A temperatura dela ainda subiu...e nós ficamos sem saber se
era febre ou por conta do stress com tanta furada...pois isso acontece as vezes
com ela...a temperatura sobe mas não é febre...
E lá no hospital ainda encontramos tanta gente bacana...
Algumas professoras que trabalham ou já trabalharam na
antiga escola que trabalhei...foi muito bom revê-las...elas estavam lá porque
uma outra professora esta internada na UTI do referido hospital....mesmo nessas
circunstancias foi muito bom reve-las...
Pois é...em pleno hospital, ainda tivemos alguns
encontros....
Também já estavam
internados Pierre, Eduarda e Sabrina...e aí chega Vivi para uma “possível” internação...aí
meu marido ainda brinca dizendo que eles, os meninos, marcaram um “rolezinho”
para se encontrarem no Hospital....
Todo mundo riu bastante...
E na hora eu me dei conta que ser mãe/pai de crianças
especiais é isso...
É nos levar do choro ao riso em fração de minutos...é levar
do desespero a esperança...do medo a renovação da fé, da esperança...é nos dá a
certeza que eles são especiais por serem únicos...por serem valentes e
guerreiros...é nos ensinar que vale a pena cada minuto ao lado deles...
E eu agora chego em casa, cansada ao extremo...dores fortes
nas costas e na cabeça mas com a certeza que vale muito a pena cada dia!
Ela, nesse momento está mais calma e vamos rezar para que a
noite seja tranquila...
Deus continue abençoando e protegendo a minha flor!
Parabéns pelo entusiasmo, fé e esperança! Realmente ser pais de portadores de necessidades especiais realmente é uma tarefa para poucos. Tenho um filho com 25 anos também numa situação um tanto complicada. É portador de necessidades especiais múltiplas e irreversíveis(visual, auditiva e mental). Neste momento são 3:15h da manhã e ele ainda não dormiu. Tem estas fases, e nesta de agora, há mais de 15 dias não sei o que é dormir mais que 3 horas por dia. Sou professor, trabalho no período da tarde e 2 vezes no peíodo noturno. Tenho que dedicar muito tempo a ele, por isso trabalho apenas para manter os gastos da família, sem luxos, mordomias, vida social, lazer... Muitas vezes sinto que estou chegando ao fundo do poço, mas os momentos que ele apresenta estar bem, sorrindo, brincando em seu mundinho, me fazem eu voltar a superfície, respirar fundo e novamente encontrar forças para prosseguir. Em alguns momentos me revolto e acho que Deus se esqueceu da gente, mas logo mudo de ideia e me faço acreditar que Deus tem é uma confiança muito grande em nós, por isso nos incumbiu de tal cargo. Temos que crer que não estamos aqui por acaso. Temos uma missão, então temos que cuidar de cumpri-la da melhor forma possível. Beijos pra Vi e abraços a todos! Luiz Carlos - Matão SP
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